Resumo
O Estatuto da Cidadania do Mercosul nasceu como reposta para inserir o indivíduo no projeto de integração regional, prejudicada devido a seu caráter intergovernamental, fundado na aquiescência de seus membros nem sempre está orientado ao fortalecimento da integração. Este artigo defende um câmbio de paradigmas: da condução política do Poder Executivo para a defesa de direitos pelo Poder Judiciário. Os tribunais nacionais estão habituados a respeitar o estrangeiro, a aplicar direito alienígena e a considerar precedentes estrangeiros em suas decisões. Eles podem, portanto, fortalecer os pilares que formam a cidadania do boco: a liberdade de residência, o libre exercício laboral, e, a correção do déficit democrático. O único obstáculo para sua atuação é a deferência às opiniões e interpretações do Poder Executivo. A este impedimento, este artigo advoga que existem decisões exemplares, como ocorre na União Europeia, que devem ser seguidas e que é necessário a autonomia dos tribunais domésticos para a construção da integração regional, e, consequentemente, a cidadania do MERCOSUL.
Referências
ARENDT, Hannah. Men in Dark Times. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1970.
BARAK, Aharon. The Judge in a Democracy. Princeton: Princeton University Press, 2006.
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos Fundamentais e a Construção do Novo Modelo. São Paulo-SP: Saraiva, 2018.
CANOTILHO, Joaquim G. Direito Constitucional. Coimbra: Almedina, 2003.
CASSESE, Antonio. International Law. New York: Oxford University Press, 2005.
FISH, Stanley. Interpreting the Variorum. Critical Inquiry, 2 (1), 1976, pp. 483.
HAILBRONNER, K.; GOGOLIN, J. Aliens. In: Max Plank Encyclopedia of Public International Law. Disponible en: <http://opil.ouplaw.com>. Acceso en: 20 enero 2020.
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, Habeas Data. São Paulo: Malheiros, 1990.
POSNER, Eric. The Twilight of Human Rights Law. New York: Oxford University Press, 2014.
ROSENFELD, Michel. Towards a Reconstruction of Constitutional Equality. In: M. Rosenfeld, N. Dorsen, A. Sajó & S. Baer (Eds.), Comparative Constitutionalism, Cases and Materials (pp.670 – 674). St. Paul, MN: West, 2003.
SACHAR, Ayelet. Citizenship. In: M. Rosenfeld & A. Sajó (Eds.), The Oxford Handbook of Comparative Constitutional Law (pp. 1002 – 1019). New York: Oxford University Press, 2013.
SCALIA, Antonin. Judicial Deference to Administrative Interpretations of Law. Duke Law Journal, 1989, vol 3, 511 – 521.
SLAUGHTER, Anne-Marie. A New World Order. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Revista da Secretaria do Tribunal Permanente de Revisão